CONHECENDO...

ÍNDICE:


FESTIVAL DE PARINTINS


   Anualmente, no último final de semana do mês de junho, é realizada a festa popular a céu aberto na Cidade de Parintins, no Estado do Amazonas – Brasil.
 Tendo a disputa entre dois Bois Folclóricos; O Boi Caprichoso – de cor vermelha e o Boi Garantido – de cor azul.
 Várias associações folclóricas também se apresentam fazendo parte do desfile durante 3 noites seguidas. Os temas são mostrados através de alegorias e encenações. São mantidas as lendas, rituais indígenas, cultura e os costumes regionais.
 O espaço onde ocorre o desfile é chamado de Bumbódromo.
 Em 1965 um grupo de amigos ligados a Juventude Alegre Católica (JAC) criaram o Primeiro Festival. Raimundo Muniz, Lucenor Barros, Xisto Pereira e Padre Augusto participaram ativamente com grande equipe para produzir o evento.
 Os dois Bois se apresentaram sem competir. A disputa aconteceu no ano seguinte vencendo O Boi Garantido.
 Sendo também abrilhantado com a apresentação de  22 grupos de dança caipira.
 A disputa entre Os Bois é  acirrada.
 Em 1982, protestando contra as notas, O Boi Caprichoso não desfilou; tendo a participação do Boi Bumbá Campineiro, sendo o vice-campeão do ano.
 O Festival passa a ser transmitido pela televisão, atraindo turistas de todos os estados do país.
 A Cidade de Parintins, a partir do ano 2000, passa a “exportar” profissionais para trabalhar no carnaval de outros estados confeccionando bonecos grandiosos, com movimentos que lhe dão vida.
 Tendo 22 quesitos a serem julgados. Os três primeiros são: apresentador; levantador de toadas e batucada. O último; encenação (coreografia – organização – animação – conjunto folclórico).
  Sem ordem pré-determinada ficam a serem julgados: ritual; porta-estandarte; amo do boi; sinhazinha da fazenda; rainha do folclore; boi bumbá (evolução); cunhã poranga; toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua luxo; tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica; vaqueirada e galera.
 A música é chamada de “toada” acompanhada por mais de 400 ritmistas. O desfile tem o tempo de duas horas e meia. Cada Boi se apresenta na Arena com ordem de entrada alternada em cada dia.
 As letras das músicas resgatam o passado de mitos e lendas da Floresta Amazônica. As toadas incluem sons da natureza e o canto dos pássaros.
 O ritual mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe Catarina que com ajuda do Pajé conseguem fazer reviver o “boi do patrão”.
 O apresentador conduz o tema com sua voz que precisa ser afinada, de boa dicção, timbre e técnica de canto, para que fique claro a todos que assistem.
 Paulinho Faria foi apresentador do Boi Garantido por 26 anos.
 No desfile, primeiro entra o apresentador e em seguida o levantador de toadas que interpreta todas as músicas que fazem parte da trilha sonora da apresentação.
 Figura importante pois além da técnica, a força e a beleza de sua apresentação valerem pontos, tem que emocionar a todos, inclusive os próprios componentes. Precisa ter bela voz e simpatia com todo o público.
 O Amo de Boi tem jeito caboclo. Exalta as origens e as tradições do nosso folclore, fazendo soar  o “berrante” e tirando versos em grande estilo.
 É a chamada do Boi que vem para bailar.
 Sinhazinha da Fazenda é a filha do dono da fazenda.
 Com graça, alegria, simplicidade e desenvoltura, vem saudando o Boi e o Público.
 Valorizam as Figuras Típicas Regionais e as Lendas Amazônicas com muita arte e paixão. As alegorias são gigantes e com movimento.
 Fogos e luzes dão brilho ao espetáculo. Coreografias e fantasias retratam a cultura e o folclore de um povo.
 Neste quesito são julgados: criatividade, envolvimento e encenação.
 A Porta Estandarte simboliza o Boi em movimento. Precisa ter alegria, elegância, desenvoltura e sincronia de movimento entre o bailado e o estandarte.
 Cunhã Poranga representa “a moça bonita”. Sua força é mostrada através da beleza. Incorpora a personagem de sacerdotisa, guerreira e guardiã.
 A Rainha do Folclore representa a expressão do poder manifestada pelo povo. Possui uma bela fantasia. Graça e desenvoltura se incorporam na grande rainha.
 O Boi Bumbá Evolução é o símbolo da manifestação popular, e por Ele é a razão do festival. Leveza, alegria e realidade deve ter a evolução do Boi. Importante a coreografia, encenação e geometria idêntica. O “tripa do boi” que além de   dançar vestido de Boi, comanda os movimentos e confecciona a roupa do Boi .
 Tribos indígenas se apresentam em grupos sendo nativos da Amazônia. Considerando a sincronia de movimentos, cores, formas de dançar e  fidelidade às raízes.
 O Ritual é o auge do desfile. Numa apresentação teatral com a intervenção do Pajé, temido curandeiro. Faz a dança da pajelança. Este quesito foi instituído no ano de 1995, passando a ter grande importância na apresentação. O desempenho da Torcida no Bumbódramo também é julgado. É preciso a participação integral de todos com entusiasmo.
 Enquanto um Boi se apresenta, a torcida contrária permanece em total silêncio. Nunca pronunciando o nome do outro Boi. Usa-se a palavra  “contrário”. São proibidas vaias, palmas e gritos durante o desfile e apresentação do “Boi Contrário”.
 Cada Boi tem em média cinco mil componentes.
 São 6 jurados sorteados na véspera do Festival. Conhecem arte, cultura e o  folclore brasileiro. Cabe-lhes  apontar o melhor do ano. Não podem viver na região norte do Brasil; moram em outras regiões do país. O jurado do ano não pode ser da mesma região do jurado do ano anterior no quesito.
  Lindíssima  e bem planejada a grande Festa do Boi de Parintins!

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MERCADO VER - O - PESO
  Inaugurado em 1901. Primeiro chamado de "Casa de Haver o Peso", onde era um posto de controle de peso das mercadorias.
 Situado na cidade brasileira de Belém, no estado do Pará.
 Ponto turístico e rico em cultura na travessa Boulevard Castilhos França, Cidade Velha, às margens da baía do Guajará; encontro da foz do Rio Guamá com a foz do Rio Acará.
 Sendo a maior feira ao ar livre da América Latina.
 Suas mercadorias chegam principalmente trazidas por barcos. Gêneros alimentícios, ervas medicinais e artigos mais variados são encontrados, destacando peixes e frutas.
 Primeiro chamado de "Mercado de Ferro", com o projeto arquitetônico  de Henrique La Rocque, teve início em 1899.
 Toda estrutura de ferro do mercado foi trazida da Europa. É uma cobertura que abriga lojas. Tendo a feira do lado externo.
 O modelo é francês "L'art nouveax la belle époque";
 Tendo 35 mil metros quadrados todo o  complexo arquitetônico e paisagistico.
 O Mercado de Ferro, Mercado da Carne, a Feira do Açaí, a Doca, a Praça do Pescador, A Ladeira do Castelo, a Praça do Relógio e o Solar da Beira, fazem parte de todo o conjunto tombado pelo IPHAN no ano de 1977.
 Visitado por turistas de toda parte do mundo é de grande importância para o Brasil por mostrar riquezas só ali encontradas no mesmo espaço.
 - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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FOLCLORE

 O termo FOLCLORE é composto de duas palavras inglêsas: Folk, que significa povo e Lore, que significa saber. Portanto, FOLCLORE é sabedoria popular, "o conjunto de atividades espontâneas de expressão plástica e musical, aliado ao conjunto de ideias, crenças, conhecimentos e costumes, lendas, cerimônias, canções..., dos tempos antigos.
 Willian John Thomes, arqueólogo inglês em carta dirigida ao Athenaeum, de Londres foi quem empregou essa palavra pela primeira vez, em 22 de agosto de 1846. Antes de Willian, alguns estudiosos já haviam se interessado pela cultura popular. O FOLCLORE brasileiro é um dos mais expressivos do mundo pois diversos povos contribuiram para sua formação.
 Nosso FOLCLORE começou a tomar forma de verdadeira ciência graças ao trabalho de vários intelectuais, destacando-se, Celso Magalhães, Couto de Magalhães, José de Alencar e especialmente Silvio Romero como os pioneiros a coligir os produtos da criatividade popular. Em homenagem a proposta de Willian John Thomes que deu um sentido e uma direção a essa importante ciência, que é da sabedoria popular, o dia 22 de agosto foi consagrado como o DIA DO FOLCLORE.

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FOLIA DE REIS
 Festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal que no dia 25 de dezembro lembra o nascimento de Jesus Cristo.
 Esta manifestação folclórica se mantem viva em muitas regiões do Brasil no dia 6 de janeiro.
 A Alvorada é o primeiro ato da Folia que caminha pela vizinhança do bairro lembrando os três Reis Magos; Melchior, Baltazar e Gaspar que vieram do Oriente seguindo uma brilhante estrela até chegarem ao local onde Jesus tinha nascido, trazendo presentes; ouro, mirra e incenso como diz a Bíblia.
 A Folia de Reis veio para o Brasil no século XVI, cerca de 1534.
 A celebração acontece dentro das residências onde os "foliões" dançam, tocam e cantam visitando e adorando os presépios, fazendo preces cantadas e ganhando fundos (dinheiro), para a Folia do ano seguinte.
 O grupo canta algumas músicas em ritmo Afro. Existem vários grupos com seus próprios nomes.
 Usam roupas típicas da festa; instrumentos musicais como viola caipira, tambor, flauta, reco-reco, rabeca (violino rústico) arcodeão, gaita... cantores, dançarinos, palhaços e outras figuras que seguem a liderança do "Mestre da Folia".
 A Bandeira ou Estandarte chamada de "Doutrina" é feita de tecido brilhante com a estampa dos Reis Magos, seguida por grande reverência.
 As Bandeiras são enfeitadas com fitas coloridas e flores artificiais costuradas ou presas com alfinetes; nunca amarradas para não atrapalhar a caminhada, segundo a crença.
 O Bastião, que tem a função de folião, cita textos bíblicos e recita poesias. Usa máscara e leva uma espada ou facão de madeira na mão para defender a Bandeira. Se houver um encontro entre os grupos, os "Bastiões", cruzam as espadas.
 Tendo como integrantes da Folia; os trê Reis Magos, Palhaços, sendo dois ou três, que fazem acrobacias usando bastão, máscara de couro e apito que marca a chegada da Bandeira.
 Tem a função de protejer o Menino Jesus confundindo os soldados de Herodes.
 Os espectadores atiram moedas ao chão em frente a Eles para prestar homenagem.
 O Mestre, embaixador, capitão ou líder é o principal personagem; improvisa os versos cantados nas residências vizitadas. Tem a responsabilidade de manter a tradição. Através de canção pede licença ao dono da casa fazendo a "saudação" ao entrar e a "despedida" ao sair.
 No Coro geralmente seis pessoas que tocam e cantam ao mesmo tempo.
 Bandeireiro ou Alferes da Bandeira, A carrega respeitosamente representando o grupo, que é apresentada ao chefe da residência onde passam...
 O Festeiro é guardião durante o ano da Bandeira. Pode ser na casa do Mestre onde sai "tirada" da Bandeira, ou retorna ao final do "giro". Pode ser guardada também na casa de alguém que por motivo de promessa mantem as despesas da Folia.
 O Apontador de Prendas, anota no cadeerno, as ofertas recebidas que foram arrecadadas em doações nas residências.

 - "Folia de Reis" - Eu, Rita Franco, considero o dia mais bonito do ano por representar que O Menino Jesus nasceu sendo adorado pelos Três Reis Magos e que verdadeiramente é o Cristo".

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FESTA DA PENHA

 No mês de outubro, no bairro da Penha, cidade do Rio de Janeiro - Brasil, se realiza o festejo da Padroeira Nossa Senhora da Penha de França. 
 Sendo a terceira maior celebração católica do Brasil; a primeira de Nossa Senhora Aparecida em São Paulo; a segunda do Círio de Nazaré no Pará.
 São fiéis e turistas aos milhares vindo de toda parte do mundo para visitar a Igreja. Alguns pagando promessas, subindo de joelhos até o alto do penhasco os 382 degraus de pedra.
 No Largo da Penha encontra-se o Colégio Nossa Senhora da Penha e um grande parque de diversões. Barracas com mercadorias típicas enfeitam a Festa.
 A primeira capela foi construída em 1635 com bastante simplicidade.
 No início do século XVII o capitão Baltazar de Abreu Cardoso subindo o penhasco para ver sua grande fazenda, viu-se quase atacado por uma serpente e invocou socorro a Nossa Senhora. No momento apareceu um lagarto que lutando com a cobra deu tempo para que Baltazar fugisse do local. Assim agradecido cria em 1728 no alto da pedra uma Irmandade.
 Em 1870 é construída uma nova Igreja com torres e sinos.
 A escadaria deve-se a Dona Maria Barbosa que em 1817 subindo com seu marido pede um filho à Nossa Senhora da Penha, já casada há alguns anos e sem ter filhos. Fez a promessa de esculpir nas pedras uma escadaria para facilitar o acesso dos fiéis à Igreja. Tendo seu pedido atendido pelo nascimento de seu filho, em 1819 paga a promessa com a escadaria que é a mesma até os dias de hoje.
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CÍRIOS DE NAZARÉ

 É uma festa de grande beleza, que atrai milhares de fiéis. Ocorre em outubro, em Belém do Pará.
 Consta que no século XVII um escravo chamado Plácido encontrou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré num rio. Colocou-a, então, em sua casa, e os fiéis começaram a acorrer, verificando-se inúmeros milagres. Constituiu-se uma pequena capela. A ocorrência de fiéis continuou aumentando, o que propiciou a construção da basílica.
 Os devotos acompanham a procissão empunhando tochas, velas e círios (velas grandes de cera), daí o nome da festa.
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REGIÃO NORTE
SOBRE OS ÍNDIOS:

ARTE PLUMÁRIA

 Uma das principais características dos nossos indígenas é a fabricação de enfeites constituídos de penas, com as quais obtêm os mais variados coloridos.

PINTURA

 Há trabalhos verdadeiramente notáveis na pintura indígena, pelo seu desenho e colorido, a qual aparece em moradias e em objetos, mas principalmente no corpo humano.
 É grande a preocupação do indígena em cobrir a si próprio com os mais belos enfeites possíveis. Na pintura, encontra motivos e meios para transformar o corpo humano numa verdadeira expressão de arte.

ARTESANATO

 Muitos trabalhos do artesanato indígena apresentam grande beleza, como as peças de cerimônia preta, na qual realizavam desenhos geométricos com argila branca, conhecida por tabatinga. Este tipo de cerimônia era feito pelos índios caxinauas, também peritos na confecção de cestos e na tecelagem de redes e vestimentas.
 A confecção de máscaras também é bastante desenvolvida entre os nossos indígenas.

INSTRUMENTOS MUSICAIS

 Os índios sempre demonstraram grande gosto pelos sons musicais, e são inúmeros os instrumentos que criaram, alguns bastante expressivos.
 Podemos mencionar o maracá, que é um chocalho com o qual acompanham os seus cantos, flautas de osso ou de taquara, flauta de Pã, reco-reco, feito de carapaça de tartaruga, e os diversos tipos de assobios.

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REGIÃO NORDESTE
CARRANCAS

 Comum encontrar instaladas na proa dos barcos do Rio São Francisco. A intenção é assustar o negro d'água, um ser mitológico que habita as águas desse rio. As carrancas tem expressões monstruosas, não se assemelhando a seres comuns.
 São peças de madeira que atestam a criatividade de cada escultor.
 Diz a lenda que o barco sem carranca pode virar ao encontrar o negro d'água navegando nesse rio.

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VAQUEIRO
 O vaqueiro do sertão, com sua roupa de couro, não é apenas uma carinhosa expressão do folclore brasileiro; é um símbolo de resistência e coragem na luta contra o clima e a terra.

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JANGADEIRO
 O jangadeiro é outro grande personagem heróico e resistente na luta contra o oceano.
 O peixe é o seu meio de vida; a jangada é o seu instrumento de trabalho. E a jangada na sua fragilidade, tem resistência suficiente para enfrentar a fúria do oceano gigante.

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TRABALHOS DE BARRO
 Na região Nordeste predominam os trabalhos de cerâmica, tanto utilitária como de adorno. Em algumas localidades, alcançam excepcional qualidade e beleza. 
 São famosas as figuras de barro, reproduzindo animais e pessoas com quem artesãos convivem, como vaqueiros, bois, jegues, figuras populares e soldados.
 Os trabalhos de cerâmica utilitária são fabricados geralmente com auxilio do torno de pé. Porém, em algumas localidades continuam a ser produzidos inteiramente à mão.
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MARACATU
 O maracatu é um tipo de folguedo muito comum em Pernambuco. Trata-se de um rancho carnavalesco que se desenvolve precedido pela rainha.
 A rainha se caracteriza também pelo bastão que carrega, o qual tem na ponta uma pequena boneca (calunga), ricamente enfeitada.
 O maracatu, que consiste, além de rancho carnavalesco, num enredo teatral, possuindo, além da rainha, outros personagens, era considerado no início uma encenação religiosa.
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LITERATURA DE CORDEL
 O nome desse meio de oferecer literatura popular originou-se no fato de os vendedores dependurarem pequenos livros ou livretos em barbantes ou cordéis. Contudo, é comum colocarem seus produtos sobre caixotes ou esteiras, nas calçadas. Esses vendedores também costumam aparecer nas feiras semanais.
 A literatura de cordel está dividida em três tipos: folhetos, que contêm 8 páginas; romances, de 16 ou 24 páginas; e estórias, de 32 a 48 páginas. De um modo geral, sua apresentação gráfica é bastante modesta, pois o preço é baixo, uma vez que se destina às camadas mais populares.
  Esses livros narram os mais diversos assuntos, desde estórias de amor às aventuras de cangaceiros e acontecimentos importantes.
 Na tentativa de melhor vender sua mercadoria, costuma ler o vendedor em voz alta o conteúdo de um livro, para depois oferecê-lo aos prováveis compradores.
 O temas apresentados nesses livros aparecem em prosa ou em verso, sendo bastante comum esta última forma.
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MULHER RENDEIRA
 Nem só as aranhas sabem tecer rendas maravilhosas no seu incansável trabalho de artesanato. As mulheres rendeiras também o fazem, e mil vezes melhor. Produzem rendas de entrelaçamento incrível, com os mais variados tipos de desenho, usando para isso os seus bilros mágicos.
 A rendeira do Ceará é nacionalmente conhecida e seus trabalhos são considerados verdadeiras peças de arte.
 Tanto o Ceará como Santa Catarina receberam grande número de imigrantes portugueses, provenientes dos Açores. As mulheres açorianas devemos a introdução desse tipo de renda no Brasil.
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REGIÃO CENTRO-OESTE

O ÍNDIO E O VAQUEIRO

 A região Centro-Oeste, como a Região Norte, é bastante marcada pela civilização indígena.
 Aí viviam, entre outras tribos, os índios Guaicurus, que logo aprenderam a usar o cavalo, tornando-se exímios cavaleiros e temíveis guerreiros.
 Com os colonizadores, os cavalos chegaram à região, e os Guaicurus perceberam as vantagens que podiam tirar se dominassem a arte de cavalgar.
 Tornaram-se melhores cavaleiros que os brancos. Quando em guerra, eles se deitavam do lado do cavalo, o que os tornava protegidos das armas do inimigo.
 Os povoadores temiam um confronto com esses incríveis guerreiros, que geralmente conseguiam levar a melhor.
 Os Caduveus descendem dos Guaicurus. São índios aculturados, que para sobreviver se dedicam à criação de gado no pantanal mato-grossense.
 As mulheres dessa tribo apresentam grande habilidade artística nos vários desenhos que realizam, como em cerâmica e esteiras. Transformaram o próprio corpo numa amostra de arte, cobrindo-o com pinturas equilibradas, tanto no traçado como nas cores.
 A cerâmica é de alta qualidade, com desenhos bastante sugestivos. Se à mulher compete a confecção das peças, ao homem cabe a tarefa de recolher o barro e a lenha para fazer o fogo.
 Os Bororos também constituíram uma importante tribo dessa região. Estes índios possuíam excelente constituição física e eram excelentes caçadores. Gostavam de enfrentar diretamente a caça, no que podia ser chamado de "luta pessoal". Para isso, usavam a lança ou um pau terminado numa ponta fina, o chuço.
 Os Bororos temiam os Xavantes, e assim preferiram viver dentro da proteção  fornecida pelos Missioários Salesianos. Com isso, foram aceitando, em grande parte, a cultura dos brancos.
 Segundo alguns estudiosos, quando estes índios receberam a primeira visita dos brancos, puseram-se a gritar "bororo", o que significa "na praça", ou seja, mandaram que os brancos fossem à praça, a fim de conversarem. E os primeiros povoadores, não entendendo, deram a denominação de Bororo a esse grupo indígena.
 Hoje, uma expressiva figura folclórica é o que o vaqueiro do pantanal mato-grossense. Em lugar do cavalo, emprega o boi para os seus pastoreiros. Isso porque os cavalos que chegavam ao pantanal eram atacados por uma terrível doença, a epizzotia. Os bois, porém, não a contraem, e assim se tornaram o meio de transporte adequado do vaqueiro do pantanal.

OS LICOCÓS
 O artesanato sempre caracterizou profundamente a criatividade dos nosso índios. De um modo geral, eles não se conformam em produzir um objeto pelo que ele vale em si. Emprestam-lhe a beleza da arte, enfeitando-o com capricho e dedicação. 
 Entre os Carajás, as mulheres aprendem a modelar desde cedo. Modelam com habilidade os licocós, bonecos que representam as formas físicas ideais da mulher dessa tribo.
 Enquanto modelam os licocós, as meninas, sentadas de frente para o rio Araguaia, captam a imagem da canoa com seus remadores, e, muitas vezes, a reproduzem na cerâmica.
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REGIÃO SUDESTE
 A região Sudeste, possui um folclore bastante variado, pois recebeu imigrantes de muitas partes do mundo. Os tipos mais característicos são representados pelo caipira e pelo caiçara, em São Paulo.
 O caipira paulista, que é o tipo mais tradicional, é mameluco, ou seja, descende de índio e de branco, e vive no interior. O caiçara, igualmente mameluco, vive no litoral. Bem adaptado à vida maritma, conhece como poucos os segredos do mar, e sabe, usando recursos precários, arrancar das águas o necessário para o seu sustento e para manter suas modestas necessidades.
 São bastante célebres em certas localidades da região as festas juninas, que, resistindo ao ímpeto do progresso, ainda aparecem com toda a sua beleza e a poesia. Aí, as danças singelas do povo marcam as horas alegres, iluminadas pelas fogueiras, ao som da música simples e bem ritmada. Fogos, comes e bebes; pipoca, batata-doce, bons quitutes feitos no forno à lenha, vinho, quentão.
 Bastante numerosas aparecem as expressões folclóricas da região Sudeste. A tourada brasileira, o fandango, o batuque, João Paulino e Maria Angu. São dois bonecões, e dentro de cada um se aloja um folião. Passeiam pela cidade na Festa do Divino Espírito Santo.
 A cerâmica é bastante rica e característica. As figurinhas de presépio constituem uma antiga tradição, fabricadas pelos "barristas" ou "figureiros".
 Em algumas localidades de São Paulo, ainda é utilizada a roca para preparar os fios com que se tecem belas colchas. É um trabalho secular que conseguiu resistir à força do progresso.
 O carro de boi ainda faz cantar suas rodas em muitos caminhos rústicos.Ele não tem pressa, segue calmamente o seu caminho, mas sempre chega ao seu destino. Enquanto não chega, o carreiro, que é o encarregado de conduzir os bois, vai matutando, ouvindo a música monótona e tranquila das rodas do carro.
 Também ainda podemos encontrar o apreciado caldo de cana, a garapa, obtido através do mesmo aparelho rudimentar de há muitos anos, a engenhoca, em várias localidades do interior.

BATUQUE
  O ritmo quente do batuque é uma das características da Festa do Divino Espírito Santo e das festas juninas em várias cidades do interior de São Paulo. Homens e mulheres se agrupam em terreiros e praças públicas, e dançam ao som de tambor, palmas e cantos.
 De origem africana, esta dança foi proibida pela Igreja durante o período colonial. Mas os donos de escravos preferiam não intervir, e assim ela chegou até os nossos dias.

FANDANGO
 A forma de fandango varia conforme as localidades brasileiras em que é executado. No litoral de São Paulo, é um importante acontecimento folclórico, aparecendo constantemente nas festas caiçaras.
 Em algumas localidades dessa região, costuma-se dançar o fandango batido, ou rufado, em que se batem os pés, até meia-noite. A partir dessa hora, adota-se uma forma de fandango mais tranquila, que é o fandango valsado, ou bailado.
 E assim vão se divertindo os dançarinos, até surgir a luz do amanhecer. Partem então para uma forma de fandango muito rápida, a "saideira", com que a festa é encerrada.

CARNAVAL
 É desnecessário dizer que o carnaval é a maior festa popular brasileira, ocorrendo em todo o território nacional. É uma festa de todas as modalidades possíveis, quer nas ruas; quer nos salões. Mas é no Sudeste que se realiza o maior carnaval do Brasil e do mundo, na cidade do Rio de Janeiro. Aí, em termos de grandiosidade, graças às escolas de samba, o carnaval assume proporções inigualáveis.
 O carnaval teve sua origem no entrudo, trazido para o Brasil pelo colonizador português. Era comum o uso de água, polvilho e farinha, com que os foliões se agrediam.
 Mais tarde, surgiu um grupo de foliões, que passeava pelas ruas ao som de tambores e bumbos. Era o princípio do nosso carnaval. Tal grupo era denominado Zé Pereira.
 Hoje temos as Escolas de Samba com grandes disputas entre si, trazendo turistas de toda parte do mundo para assistir aos desfiles. Foliões animados nos Blocos Carnavalescos que desfilam pelas ruas no mês de fevereiro.

AS SERENATAS
 A origem das serenatas é muito antiga. Os romanos gostavam de serenata. E o Brasil recebeu-a com todo o sentimentalismo que é próprio do nosso povo.
 As serenatas registram-se praticamente em todo o Brasil, mas certas localidades do Sudeste, como São Paulo e Ouro Preto, ficaram famosas pelos músicos e trovadores.

ARTESANATO MINEIRO
 É uma das mais importantes expressões folclóricas brasileiras. Grande variedade de esculturas é realizada em madeira e pedra-sabão.
 As esculturas do artista Aleijadinho representam um testemunho eloquente da criatividade artística mineira.
 A pedra-sabão também é utilizada para a escultura de objetos utilitários, como as tradicionais e famosas panelas.

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REGIÃO SUL

 Diversos costumes se misturam nos Estados sulinos, originários das várias correntes migratórias que neles se localizaram.As danças constituem uma parte bastante expressiva do folclore desta região, caracterizadas pelo colorido das vestes e vivacidade do ritmo.
 A maior parte dessas danças é de origem européia. No Rio Grande do Sul aparecem a chimarrita, o pezinho, a tirana, a chula, entre outras. Em Santa Catarina, é bem conhecida a dança de fitas.
 Os pampas gaúchos permitiram que a criação de gado se tornasse uma importante atividade econômica, e originou a imagem do gaúcho, o homem ligado à terra, habituado à liberdade dos campos.
 O cavalo é indispensável para o seu trabalho. E ele ama seu cavalo. É uma das coisas mais importantes da sua vida.
 O churrasco não é só alimento, é também um ritual, uma festa!
 O Chimarrão fervente que repousa o gaúcho cansado e lhe restaura as energias.
 Entre as características do Rio Grande do Sul está a carreta, o resistente veículo puxado por bois, com o qual os gaúchos se locomoveram pelo território e nele se implantaram, fazendo-o progredir através de coragem, disciplina e liberdade. O vinho é uma presença marcante na região Sul. Em Santa Catarina, deve-se a vinicultura à iniciativa da colônia alemã. Aos italianos, também grandes vinicultores, devemos a festa da uva, famosa pela sua beleza e alegria. É uma reminiscência dos festejos que se dedicavam ao deus romano do vinho - Baco - e ao deus grego do vinho - Dionísio.
 A indumentária gaucha é um traço marcante no folclore brasileiro. Bombachas (calças folgadas), poncho (espécie de capa de pano), chapéu com barbicacho (cordão que passa por baixo), botas e esporas caracterizam o vaqueiro do extremo Sul do país. Para dominar o animal, usa o laço e a boleadeira, constituída por bolas de pedra ou de ferro, recobertas de couro e presas por tiras do mesmo material.
 O artesanato gaúcho destaca-se pelos produtos de prata. Fazem-se verdadeiras jóias utilitárias com esse minério; como bombas (canudos pelos quais se suga o chimarrão), fivelas de cintas (guaiacas), estribos e adagas.
 A região Sul também é típica pelas casas de pura origem alemã e pelas estâncias, estabelecimentos rurais onde se realiza grande parte da vida econômica do Rio Grande do Sul.


PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES - FESTA DAS MELANCIAS
 Uma das mais belas festas religiosas, ocorre no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no rio Guaíba. Essa procissão fluvial reune centenas de embarcações, ricamente enfeitadas e repletas de fiéis.
 Ocorre no dia 2 de fevereiro e deve sua origem aos portugueses.
 A procissão transporta a imagem da santa, que havia sido depositada em outro templo, para a sua igreja.
 Do mesmo modo como se procede nas festas à Iemanjá, costumam-se jogar às águas os presentes oferecidos à Nossa Senhora dos Navegantes. Outro costume é o de as moças que conseguiram um bom casamento atirar às águas o vestido de noiva.
 A festa realiza-se logo após a procissão. Muitas barracas de comidas e bebidas esperam os participantes. Há várias qualidades de frutas. As melancias aparecem em grande quantidade, e por isso costumam dar a esse acontecimento o nome de Festa das Melancias. 

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